segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Uma garota sem limites


Uma garota sem limites

Amy Purdy, a bela garota que estampa o anúncio da Element Travel Well na revista TPM deste mês, passou por dificuldades que a maioria de nós nunca terá de enfrentar - ou nem sequer imaginar. Mas o que torna sua história tão incrível não é o fato de ela ter perdido as pernas aos 19 anos de idade, e sim a maneira como enfrenta os desafios que a vida lhe impõe desde então. Nascida e criada em Las Vegas, nos EUA, Amy é atriz, snowboarder, skatista, além de gerir a ONG Adaptive Action Sports, fundada por ela para auxiliar pessoas com limitações físicas a praticar atividades como skate e snow.

Leia a entrevista com a advocate da Element Skateboards, Amy Purdy:

Amy, como você resumiria o que aconteceu quando você tinha 19 anos de idade?

Sempre fui muito apaixonada por arte, música e boardsports como skate, snow e wake. Meu plano era viajar pelo mundo e ser livre para perseguir minhas paixões quando, aos 19 anos, minha vida mudou para sempre. Eu pensei que estava ficando gripada, mas 15 horas depois, percebi que era algo muito mais grave. Era uma meningite bacteriana. Até hoje, ninguém tem ideia de como eu peguei, mas uma em cada quarto pessoas é portadora dessa bactéria. Nós estamos em contato com essa bactéria, praticamente, todos os dias e, normalmente, nosso sistema imunológico consegue combatê-la. Mesmo assim, cerca de 3 mil norte-americanos contraem a doença todos os anos. De alguma forma, eu acabei me tornando um desses 3 mil.

Passei o verão inteiro ligada a aparelhos no hospital com menos de dois por cento de chances de sair viva. Fui colocada em coma induzido por três semanas e acabei perdendo meu baço, toda a função do rim, parte de minha audição e muito sangue. Realizei inúmeras transfusões e, por conta do grave choque séptico, tive de ter as duas pernas amputadas do joelho para baixo. Um ano e meio depois, logo após meu aniversário de 21 anos, tive de fazer um transplante de rim – meu pai foi o doador.

Então....enquanto a maioria das pessoas toma shots de licquor para celebrar os 21 (idade legal para beber nos EUA), eu estava tomando shots de morfina e drogas imunossupressoras. Mas não posso reclamar, foi o melhor presente de aniversário que alguém poderia pedir.

Você contou que tomou decisões muito conscientes enquanto estava no hospital. Quais foram?

Uma noite antes de perder minhas pernas, eu prometi três coisas a mim mesma. A primeira era que nunca iria sentir pena de mim. Todos a minha volta estavam tão tristes que eu senti pena de mim – foi horrível me sentir vulnerável e impotente. Eu tive de decidir conscientemente que não entraria naquele lugar escuro ou, tenho certeza de que teria caído numa depressão absurda e nunca chegaria onde estou agora. Então, prometi a mim mesma que nunca sentiria pena de mim e, até hoje, tenho permanecido fiel à minha palavra.

A segunda coisa que eu disse a mim mesma era que voltaria ao snowboard - mesmo se tivesse que ir à NASA e mandar construir um par de pernas biônicas supersônicas!

A terceira promessa que eu fiz foi a de que um dia eu iria ajudar outras pessoas. Eu sempre fui um pouco filantrópica. Quando era jovem, enviei todo o dinheiro que tinha juntado para uma organização que prometia “Salvar o Planeta”. Adotei um urso órfão pela Internet, queria salvar as florestas tropicais e todas as baleias. Então, querer ajudar pessoas foi uma coisa que veio naturalmente. Uma noite, eu tive uma visão em que estava falando sobre a minha experiência em frente a uma multidão e, de alguma forma, ajudava as pessoas a acreditarem em si mesmas. Eu jurei que, pela minha experiência, eu iria retribuir de alguma maneira.




Desde então, quais são as conquistas de que você mais se orgulha?

Eu me orgulho de ter conquistado todas as coisas que mencionei acima! Eu voltei a ficar em pé em uma prancha apenas quatro meses depois de conseguir meu primeiro par de próteses

Foi um desafio imenso – muito diferente do que eu tinha imaginado, mas cumpri minha palavra e, depois de muitas tentativas e erros, comecei a ganhar medalhas em competições de snowboard novamente. Um ano depois, interpretei uma modelo de passarela com pernas biônicas em um clip da Madonna. Mais tarde, fui convidada para ser a atriz principal de um filme que acabou ganhando vários prêmios.

Essas conquistas me ensinaram que nós realmente podemos fazer qualquer coisa que colocamos na cabeça. Eu também sinto muito orgulho de ter tido a oportunidade de retribuir e ajudar outras pessoas.

Em 2005, co-fundei a Adaptive Action Sports (Esportes de Ação Adaptados) – uma organização sem fins lucrativos que ajuda jovens com necessidades especiais a praticar esportes de ação. Eu também participo de anúncios de serviço público e já concedi mais de 50 entrevistas para televisão divulgando a Associação Nacional de Meningite e promovendo a vacinação que pode salvar milhares de vidas.


Você é uma inspiração incrível não só para pessoas que lidam com desafios físicos, mas para qualquer um que esteja enfrentando qualquer tipo de desafio na vida.

Com o passar dos anos, eu percebi que nada é impossível, não importa o obstáculo. Se sua cabeça estiver no lugar certo, nada pode impedi-lo. Eu realmente acredito que todo mundo tem deficiências – todos nós temos limitações – mas penso que a maioria dos desafios está em nossas cabeças. O importante é não deixar nossa mente ser nossa deficiência

Conte um pouco sobre a Adaptive Action Sports. Como aconteceu?

A idéia de criar a organização surgiu quando eu conheci Daniel Gale, que compartilha de minhas paixões e acabou fundando a ASA comigo. Enquanto nos conhecíamos, ele testemunhava, em primeira mão, o número de tentativas e erros que eu fazia para voltar às coisas que amava, como o snowboarding. Logo percebemos que existiam inúmeros recursos e apoios para pessoas com deficiência que queriam praticar esportes clássicos, como esqui e corrida, mas não havia nenhuma ajuda disponível para aqueles que queriam praticar “esportes de ação”, como skateboarding e snowboarding.

Com a convicção de que o apoio adequado permite que qualquer um exerça sua paixão, fundamos a Adaptive Action Sports em 2005, para dar a jovens e adultos com deficiência permanente a oportunidade de praticar essas atividades. Nós promovemos eventos, encontros e clínicas, além de dar pequenas ajudas financeiras para a compra de equipamentos

Para você, o que significa ser uma Element Eden Advocate?

Eu me sinto muito inspirada por essa empresa e muito agradecida por ter essa oportunidade. Adoro que a Element Eden compartilha da minha paixão pela natureza, pela retribuição e pelo uso da criatividade para deixar uma marca positiva no mundo. Me orgulho de ser parte de um programa para promover a ideia de que nossa beleza não se determina pelo requinte de nosso cabelo ou pela perfeição de nosso corpo – a verdadeira beleza se determina por nossas paixões, por abraçar as coisas que nos tornam únicos e por criar uma influência positiva no mundo.

O que vem agora?

Eu quero continuar a retribuir, a perseguir minhas paixões, a crescer como artista e continuar a me desafiar com projetos criativos. Mais importante: eu quero ser a melhor versão possível de mim mesma e ajudar jovens e pessoas em geral a perceber que, não importam as circunstâncias, eles tem a possibilidade para seguir seus sonhos.

Esta Matéria foi encaminhada via twitter @brizaskateboard
isso mostra que as redes sociais são de fato ferramentas importantes
no mundo de hoje,o Briza utiliza destas ferramentas como o twitter para transmitir e informar
conteúdos como o da Amy Purdy.


Tábata Brito Blog do Briza



+ Element Skateboards Brasil
Uma garota sem limites

Um comentário:

  1. São histórias como essa que nos fazem refletir sobre o valor da vida. E o quanto reclamamos por tão pouco...
    Claro que a vida não é muito fácil pra maioria, mas podemos superar qualquer obstáculo com determinação. E Amy Purdy é um exemplo. Muitas pessoas com duas pernas não têm a mesma disposição que a dela para alcançar seus ideais.
    E como ela mesma disse: "a verdadeira beleza se determina por nossas paixões, por abraçar as coisas que nos tornam únicos e por criar uma influência positiva no mundo.
    E tomemos como experiência!
    Parabéns, Briza!!

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